Eu costumava sentir uma pontada de inveja toda vez que abria o Instagram.
Via amigos em viagens luxuosas, influenciadores com apartamentos impecáveis e até ex-colegas anunciando grandes promoções—sempre com sorrisos radiantes. Você sabe do que estou falando, né?
Enquanto isso, eu estava no meu pequeno apartamento em Londres, sentado no sofá, rolando um feed cheio de conquistas alheias e comparando aquilo com a minha própria rotina.
E quer saber? Essa comparação constante estava me desgastando.
Acredito que não sou o único. Pesquisas sugerem que o uso das redes sociais pode amplificar a tendência de comparação e gerar inveja. Um estudo descobriu, inclusive, que reduzir o tempo gasto nas redes diminui sentimentos de solidão e depressão.
Foi preciso um pouco de coragem (e uma dose de autoconhecimento) para que eu analisasse meus hábitos diários. Mas quando finalmente fiz isso, minha perspectiva mudou completamente.
Passei de inseguro com o que me faltava para profundamente grato pelo que já tinha.
Abaixo estão os cinco hábitos que abandonei. Se você já se pegou invejando a vida de alguém nas redes sociais, talvez minha história possa te ajudar.
01 Parar de pegar o celular assim que acordo
Acordar, pegar o celular e abrir o Instagram e o Twitter antes mesmo de abrir os olhos direito—essa era minha rotina diária.
Logo de cara, eu era bombardeado com fotos de conquistas alheias, cafés da manhã dignos de revista e paisagens incríveis das corridas matinais de outras pessoas.
Mudar esse hábito foi um divisor de águas. Substituí meu scroll matinal por uma rotina simples de mindfulness—dez respirações profundas, seguidas de um momento de reflexão sobre o que eu queria para o meu dia.
Agora, deixo o celular do outro lado do quarto. Quando finalmente o pego, já estou num estado mental mais equilibrado.
Pode parecer um detalhe pequeno, mas isso reconfigurou minha perspectiva. Em vez de começar o dia me sentindo para trás, agora começo focado nas minhas próprias prioridades.
02 Parar de comparar meu começo com o meio da jornada de outra pessoa
“Compare-se com quem você era ontem, não com quem alguém é hoje.”
— Dr. Jordan Peterson, 12 Regras para a Vida
Eu costumava rolar o feed e medir minhas dificuldades iniciais contra pessoas que já estavam na jornada há anos ou que simplesmente começaram com vantagens diferentes.
A verdade é que nunca vemos a história completa por trás das fotos.
Aquele criador de conteúdo bem-sucedido pode ter levado uma década para construir sua marca. E aquele amigo que vive viajando pode estar enfrentando desafios que nunca compartilha online.
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Aprender a não me comparar foi difícil, mas essencial.
Hoje, quando percebo que estou caindo nessa armadilha, lembro das palavras de Peterson e me pergunto: Eu melhorei em relação ao que era no ano passado? Ou no mês passado?
Essa é a única comparação que realmente importa.
03 Parar de buscar validação através de curtidas
Vou confessar: eu já fui obcecado pelo número de curtidas e comentários nas minhas postagens.
Se uma foto não tivesse um bom “desempenho”, eu começava a questionar sua qualidade—ou pior, o meu próprio valor.
Era cansativo. E, ironicamente, isso só me fazia julgar ainda mais o engajamento dos outros—alimentando ainda mais a inveja quando seus posts tinham mais interação.
Quando finalmente parei de perseguir esses números, minha ansiedade despencou quase instantaneamente.
Sim, é bom receber feedback positivo. Mas se você baseia sua autoestima na validação online, sempre estará em terreno instável.
Passei a me perguntar: Eu ainda faria isso, compartilharia isso ou aproveitaria esse momento se ninguém visse?
Se a resposta fosse não, então eu sabia que estava fazendo aquilo pelos motivos errados.
Agora, foco em compartilhar o que realmente me faz sentido—independentemente do engajamento. E sabe o que aconteceu? Isso me libertou.
Porque a vida real acontece fora das telas, e minha felicidade não depende de aprovação pública.
04 Parar de ignorar as conquistas dos outros
Antes, toda vez que alguém postava uma conquista, eu apenas passava reto—mesmo se fosse um amigo.
No fundo, meu pensamento era: “Legal pra você, mas e eu?”
Sei que parece horrível, mas era verdade.
Essa mentalidade acabou me afastando das minhas conexões mais próximas. E, ironicamente, ver os outros vencerem me fazia sentir ainda pior.
Então decidi mudar isso. Comecei a curtir esses posts com verdadeira intenção. Enviava mensagens de parabéns quando alguém compartilhava uma boa notícia e me perguntava: Tem algo que posso aprender com essa conquista?
Muitas pessoas chamam isso de “lei da reciprocidade”—quando você incentiva os outros, muitas vezes eles te incentivam de volta.
A verdade é que celebrar a vitória de outra pessoa não diminui o seu próprio potencial. Pelo contrário, isso te coloca na mentalidade certa para enxergar oportunidades na sua própria vida.
05 Parar de estar sempre conectado
Esse foi o maior desafio.
Eu vivia grudado no celular—rolando o feed enquanto comia, checando notificações no meio de conversas e atualizando as redes sociais sempre que tinha um minuto livre.
Parecia que eu estava “conectado”, mas, na realidade, estava apenas sobrecarregado e cada vez mais desconectado da minha própria vida.
As redes sociais tinham se tornado minha distração padrão. Se eu tinha cinco minutos livres, pegava o celular em vez de simplesmente ficar com meus pensamentos. E quanto mais eu consumia, mais queria consumir—o scroll infinito não era um hábito, era uma fuga.
Sair desse ciclo não foi fácil, mas comecei com pequenas mudanças.
Desativei notificações, criei períodos sem tela à noite e passei a fazer pausas intencionais das redes sociais.
No começo, fiquei com medo de estar “perdendo algo”. Mas, em vez disso, me senti mais presente, mais focado e muito menos ansioso sobre acompanhar a vida dos outros.
Hoje, sou seletivo com meu tempo online. Uso as redes como uma ferramenta, não como uma muleta.
E o melhor? Não sinto mais que a vida está passando enquanto assisto aos destaques de outras pessoas—porque estou ocupado vivendo a minha própria.
Reflexão final
Se algum desses hábitos parece familiar para você, não se culpe. Nunca é tarde para mudar.
No meu caso, essas pequenas mudanças de rotina resultaram em mais autoestima, relacionamentos mais saudáveis e uma verdadeira sensação de paz.
Aprendi que estar satisfeito com a vida não significa deixar de sonhar. Significa simplesmente valorizar o que já temos enquanto seguimos em busca do que realmente importa para nós.
Ainda acompanho pessoas nas redes sociais—adoro descobrir novos livros ou destinos de viagem.
Mas agora, faço isso sem aquele nó no estômago me dizendo que estou ficando para trás.
E essa, meus amigos, é uma sensação que vale a pena manter.